quarta-feira, 7 de setembro de 2011


Queremos muito, precisamos de pouco e dependemos de menos ainda.Fantasiamos vitórias e títulos grandiosos, regalias e parafernálias para expressar alegrias externas vestidas à intacta purpurina, quando na verdade gritamos por um gesto apenas, que dure por questão de segundos, que for, mas que deixe o efeito de fazer graça no peito e cócegas na memória mesmo com o passar dos anos.Insistimos, por mania, em choros e lamentações por tudo e por nada, enquanto sorrisos se aglomeram numa fila do lado de dentro aguardando o sinal verde que depende de nós, para saírem fazendo festa e dando brilho a tudo.Enfatizamos cotidianamente o fato de a vida ser linda, infelizmente, raramente vivemos como ela sendo realmente assim. Usamos de fé e bom sendo para acreditar que cada ser possui sua beleza única e respeitável, mas dificultamos o olhar quando o outro tanto precisa de alguém que o veja com outros olhos, e então nos encontramos tão exigentes e de repente tão iguais ao que nossos olhos julgam ver.Temos sede de vida, queremos sentir na pele, no peito e no céu da boca o real sentido do verbo viver; pena que tantas são as vezes nas quais não lembramos que para isso são necessários os olhos fechados, o coração aberto, colorido e leve como um leque e o salto pra frente.Desejamos intensamente realizar e alcançar aquilo que buscamos por de trás das nossas máscaras: a conquista de nos tornarmos maduros o suficiente para compreender que a vida é apenas isso tudo mesmo; sem cortes e, – sim, bonita.
(Kamila Behling)

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